Quando se fala de Renda Fixa, um dos primeiros investimentos que destaca é o Tesouro Direto por todas suas características que abordaremos aqui.

Seja para reserva de emergência, ou como estratégia para um investidor conservador ou, ainda, para parcela da carteira de investimento dos demais perfis de investidores, o Tesouro Direto é, sem dúvida, um ativo que você precisa , no mínimo, conhecer.

Mas, antes de aprofundar especificamente neste ativo, é importante um conhecimento prévio. Portanto…

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Renda Fixa e Tesouro Direto

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A Renda Fixa nada mais é do que uma meio de investimento em que se empresta dinheiro a um terceiro e, em contrapartida, quem recebe esse recurso recompensa o investidor com o pagamento de juros, os quais podem ser pré-fixados no momento do “empréstimo” (pré-fixado) ou podem estar atrelados a algum índice da economia (pós-fixado).

Nesse sentido, o Tesouro Direto é um tipo de investimento de renda fixa, o que quer dizer que você sabe desde o momento da aplicação as condições de rendimento do seu dinheiro.

Quando falamos de Tesouro Direto, o investidor empresta recursos diretamente ao Tesouro Nacional, ou seja, ao Governo. Em outras palavras, ao investir no Tesouro Direto, compram-se títulos públicos federais de maneira 100% online.

Variação do preço – Marcação a mercado

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Embora o Tesouro Direito integre a Renda Fixa e o investidor saiba a maneira que seu capital emprestado/investido será remunerado, os títulos possuem um prazo de vencimento e a rentabilidade contratada só é garantida se o investidor esperar para realizar o resgate (venda do seu título) no momento do vencimento.

Isso se dá pois, entre a data de investimento e a de resgate, o preço do título varia de acordo com as condições do mercado e das taxas de juros. Se as taxas de juros do mercado caem em relação à taxa de compra do título, o preço do título aumenta. Já um aumento nas taxas de juros tem o efeito contrário. Assim, os juros praticados no mercado têm influência direta sobre o preço dos títulos.

Dizendo de outra forma: O Tesouro Direto é uma modalidade de investimento da Renda Fixa que proporciona uma rentabilidade pré-estabelecida, garantindo, portanto, uma previsibilidade. Porém, esta característica não isenta o título comprado de sofrer as influências do mercado, podendo ter uma variação a depender das oscilações econômicas que ocorrerem até a data de vencimento.

Esta variação pode se dar pois o título é atualizado de acordo com o preço que ele é negociado no mercado aquele momento. Isso é o que chamamos de marcação a mercado.

A partir destas considerações, obtemos duas conclusões:

Se você mantiver seus títulos até a sua data de vencimento, receberá o valor correspondente à rentabilidade acordada no momento do investimento, independente das variações do preço do título ao longo da aplicação.

Por outro lado, se realizar o resgate antes do vencimento, estará sujeito as oscilações do mercado, podendo, inclusive, sofrer algum prejuízo.

Logo, quando se fala de investimento com prazo de vencimento, antes de investir, reflita se o valor investimento realmente poderá estar indisponível para você durante o prazo envolvido no título. Se acha que vai precisar resgatar antes do vencimento, pense bem antes de investir.

O único título que, mesmo havendo o resgate antes do vencimento, não causa perda, podendo ser utilizado como investimento para Reserva de Emergência, é o Tesouro Selic. Trataremos sobre este ponto mais para frente.

Para ilustrar esta oscilação, segue um exemplo que retiramos do próprio site do Tesouro Direto: vamos supor que você, no dia 01/08/2011, investiu no Tesouro Prefixado (LTN) com vencimento em 01/01/2014, a um preço de R$793,97 e a uma taxa de 10%.

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Fonte: site Tesouro Direto

Como podemos observar, caso, por exemplo, o investir opte por resgatar seu investimento em agosto de 2012, o preço do título estará mais desvalorizado se comparado a março de 2013.

E, por outro lado, quando se aproxima da data de vencimento, as duas curvas coincidem, garantindo, assim, a rentabilidade contratada.

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Segurança e Liquidez

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Estes dois aspectos tornam o Tesouro Direto muito atrativo para investidores conservadores, ou mesmo para outros perfis de investidores, mas que buscam formar uma reserva de emergência ou de oportunidade.

Obs.: Reserva de emergência é valor mantido para imprevistos. Por sua vez, como o próprio nome diz, chamo de reversa de oportunidade, o valor guardando, por exemplo, para compra de ações em um momento de queda do mercado, ou para compra de uma viagem inesperada em que o pagamento à vista se mostra vantajoso.

Tratando da segurança, o Tesouro Direto é garantido pleo Tesouro Nacional, ou seja, pelo próprio governo.

Embora as criticas ao governo sejam frequentes, fato é que ele tem grande capacidade de rolagem da divida e nunca o governo brasileiro deu calote na dívida interna, nunca deixou de pagar os credores do Tesouro Direto. Nesse sentido, o Tesouro é visto como um dos investimentos mais seguros, senão o mais seguro de todos os investimento disponíveis.

Em relação a liquidez, ou seja, à velocidade e facilidade com que você pode resgatar o dinheiro de um investimento, todos os títulos vendidos pelo Tesouro Direto, o investidor pode resgatar quando quiser, em outras palavras, eles têm liquidez diária.

Apenas um ponto: conforme falamos anteriormente, se quiser resgatar seu investimento, não encontrará dificuldade, mas, devido a marcação a mercado, o resgate antes da data de vencimento pode não ser recomendado. A exceção é o Tesouro Selic que, por acompanhar diariamente a variação do juro básico da economia, não impõe perdas se resgatado antes do prazo.

Custos

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O Tesouro Direto envolve a taxa de custódia, taxa de administração e impostos.

Taxa de custódia é o valor a Bolsa de valores cobra por guardar os títulos públicos. Ela equivale a 0,25% ao ano sobre o valor investido. A cobrança é semestral.

Este valor não é cobrada dos investidores com até R$ 10 mil no Tesouro Selic. Quando os estoques superarem esse limite, a taxa de custódia vai incidir apenas sobre o valor excedente.

A Taxa de administração, por outro lado, é paga a instituição financeiro contratada pelo investidor. O percentual cobrado varia de acordo com cada instituição. Como o Tesouro Direto é um investimento simples, várias corretoras e bancos não cobram esta taxa.

Em relação a Tributação, há incidência de Imposto de Renda e IOF, para ambos, o prazo de investimento é importante.

O IR é regressivo, ou seja, quanto mais tempo mantiver seu capital investido, menor será o percentual de IR cobrado.

A alíquota que incide sobre o investimento em títulos públicos é de 22,5% sobre o lucro obtido em aplicações de até 180 dias. Este percentual cai para 20% em aplicações de 181 a 360 dias, e recua a 17,5% em investimentos de 361 a 720 dias. A partir deste prazo, o IR é de 15% sobre o lucro obtido com o investimento.

A cobrança é feita diretamente na fonte, então não precisa de preocupar com burocracia para pagar.

Já o IOF só incide se o resgate ocorrer antes de 30 dias. Começa em 96%, para resgates um dia após o investimento, e vai sendo reduzido até 0% no trigésimo dia.

Portanto, para evitar custos (i) priorize uma instituição financeira/corretora com taxa de administração zero e (ii) não realize resgates precocemente, caso contrário a tributação será maior.

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Tipos do Tesouro Direto

A remuneração do capital investido no Tesouro Direto varia conforme o índice ou taxa aplicada. Assim, considerando essa variedade, os títulos são classificados em pré-fixados ou pós-fixados, havendo subclasses em cada um deles.

Títulos pré-fixados

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Conforme o próprio nome sugere, neste título a remuneração é estabelecida já no momento da contratual, havendo uma taxa de rentabilidade já fixada.

Desta forma, este título possui grande previsibilidade, pois, de ante mão, o investidor já sabe qual rentabilidade esperar ao investir nesse título.

Há sub-classes neste tipo de título pois os rendimentos/juros podem ser pagos apenas no momento do vencimento ou semestralmente.

Tesouro Prefixado (LTN) – possui fluxo de pagamento simples, ou seja, o investidor faz a aplicação e recebe o valor de face (valor investido somado à rentabilidade), na data de vencimento do título.

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Fonte: site Tesouro Direto

Tesouro Prefixado com Juros Semestrais (NTN-F) – o rendimento da aplicação é recebido pelo investidor ao longo do investimento, por meio do pagamento de juros semestrais (cupons de juros), e na data de vencimento do título, quando do resgate do valor de face (valor investido somado à rentabilidade) e pagamento do último cupom de juros. O fluxo de cupons semestrais de juros aumenta a liquidez, possibilitando reinvestimentos.

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Fonte: site Tesouro Direto

Esta modalidade de pagamento semestral torna este tipo de Tesouro Direto uma opção interessante para quem busca uma Renda Passiva na Renda Fixa, ou seja, um rendimento recorrente em uma categoria de ativo conservador e previsível.

De maneira geral, podemos dizer que os títulos pré-fixados do Tesouro Direto apresentam as seguintes vantagens:

  • Garante uma rentabilidade fixa
  • Você sabe exatamente quanto vai resgatar no vencimento

Quando se fala em neste tipo de título é importante ficar a atento ao seguinte: a rentabilidade pré-fixada só será interessante se superior a taxa de inflação (medida pelo IPCA).

Pois, caso a inflação supere o a taxa estabelecida no momento de compra do título, na realidade, o investidor está perdendo dinheiro.

Justamente por isso que investidor em longo prazo por meio de títulos prefixados traz o risco do valor ser corroído pela inflação, caso esta supere a taxa pactuda.

Por outro lado, se a taxa contratada for alta e a inflação se mantiver em patamares menores, a rentabilidade obtida será maior.

Logo, a atratividade deste tipo de título está muito relacionada ao desempenho da economia e suas taxas referenciais (taxa básica de juros e inflação, representadas, respectivamente, pela taxa Selic e índice IPCA).

Títulos pós-fixados

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Como o próprio nome sugere, a rentabilidade deste tipo de Tesouro Direto está atrelada um indexador cuja taxa será fixada posteriormente. As subclasses deste título variam conforme o indexador escolhido.

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Títulos indexados ao IPCA

São títulos com rentabilidade vinculada à variação da inflação (IPCA), acrescida dos juros definidos no momento da compra. Permite ao investidor obter rentabilidade em termos reais, aumentando seu poder de compra ao se proteger de flutuações do IPCA. São os Tesouro IPCA+ (NTN-B Principal) e Tesouro IPCA+ com Juros Semestrais (NTN-B).

Tesouro IPCA+ (NTN-B Principal) – possui fluxo de pagamento simples, ou seja, o investidor faz a aplicação e resgata o valor de face (valor investido somado à rentabilidade) na data de vencimento do título

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Fonte: site Tesouro Direto

Tesouro IPCA+ com Juros Semestrais (NTN-B) – o rendimento da aplicação é
recebido pelo investidor ao longo do investimento, por meio do pagamento de juros semestrais (cupons de juros), e na data de vencimento do título, quando do resgate do valor de face (valor investido somado à rentabilidade) e pagamento do último cupom de juros.

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Conforme dito, comprar um título atrelado ao IPCA protege o capital da desvalorização promovida pela inflação. Pois é justamente ao IPCA (Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo), medido pelo IBGE, que indica a inflação.

Assim, podemos elencar como vantagens do Tesouro IPCA:

  • Garantia de uma rentabilidade sempre acima da inflação
  • Ideal para investimento de longo prazo

Títulos indexados à taxa Selic:

Títulos pós-fixados cuja rentabilidade segue a variação da taxa SELIC , a taxa de juros básica da economia. Sua remuneração é dada pela variação da taxa SELIC diária registrada entre a data de liquidação da compra e a data de vencimento do título

Tesouro Selic (LFT) – possui fluxo de pagamento simples, ou seja, o investidor faz a aplicação e recebe o valor de face (valor investido somado à rentabilidade) na data de vencimento do título.

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O fato de este título seguir a variação da taxa SELIC diariamente permite resgates antes do vencimento sem a preocupação de haver prejuízo com estes resgates precoces.

Assim, o Tesouro Selic é uma excelente alternativa para quem busca alocar sua Reserva de Emergência. Pois, se ocorrer algum imprevisto, o investidor poderá resgatar se capital se a preocupação com a data de vencimento e sem sofrer perdas.

Portanto, podemos indicar como vantagens do Tesouro Selic:

  • Ideal para reserva de emergência
  • Indicado para objetivos de curto prazo
  • Dentre os títulos, é o que apresente menor risco em caso de venda antecipada

Risco de perda

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Considerando tudo que tratamos té agora, podemos mapear duas situações em que a risco de perda ao se investir no Tesouro Direto:

  1. Venda antecipada (antes do prazo de vencimento) de título pré-fixado ou atrelado à inflação de longo prazo. Pois, considerando a marcação a mercado, se o resgate for feito em um momento ruim de mercado, quando o valor do papel está em queda, ele pode estar valendo menos do que você pagou.
  2. Títulos pré-fixados com vencimento no longo prazo e, durante este período, ocorrer mudanças significativas da economia que torne a taxa contratada na data de compra desvantajosa em caso de alta da inflação (IPCA) ou da taxa básica de juros (Selic).

Portanto, concluímos que o Tesouro Direto é uma boa alternativa na Renda Fixa, ou seja, para quem busca rendimentos modestos e segurança.

Quando a previsibilidade, conforme apontado, é preciso se atentar para as especificidades de cada título, para o prazo de vencimento contratado e mudanças na economia durante este período.

Observação: caso se interesse mais pelo Tesouro Direto, recomendo que vise o site do Tesouro Direto. A plataforma é bastante didática. Inclusive, alguns trechos deste artigo foram copiados na íntegra do site do Tesouro, haja vista a clareza com que as informações são expostas.

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2 comentários

Investimento em Renda Fixa: entenda e aproveite as oportunidades! · agosto 9, 2020 às 5:45 pm

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Aprenda Viver de Renda Passiva Investindo na Bolsa de Valores · agosto 9, 2020 às 5:43 pm

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