"De longe, o melhor livro sobre investimentos já escrito" - Warren Buffet
Warren Buffet, o maior investidor de todos os tempos, indica que o livro O Investidor Inteligente, escrito por Benjamin Graham, é indispensável para qualquer investidor sério. Não a toa, este livro é considerado a BÍBLIA DO INVESTIMENTO, por isso, traremos aqui algumas das principais lições desta obra prima.
Investimento X Especulação
Investir não é apostar numa roleta da sorte. Investir é uma tarefa série que exige comprometimento, paciência e dedicação. Seguindo essa visão, é importante que sempre se lembre que comprar uma ação, é adquirir o pedaço de uma empresa. Portanto, no longo prazo, se a empresa vai bem, seu investimento vai bem.
Logo, quando decidir investir, olhe para empresa, analise seus números, desempenho, sócios, administração, projeto de crescimento dentre outros fatores. Só invista se, após essa análise, acreditar na empresa.
Identifique seu perfil de investidor:
Defensivo ou Empreendedor
Não existe uma fórmula de investimento genérica e aplicável a todos. É preciso saber quem você é, ou seja, qual o seu perfil de investidor, qual seu nível de conhecimento e suas perspectivas. A partir desta identificação, será possível mapear quais ativos são recomendáveis a você. Esse passo é essencial para que você não caia na armadilha de se guiar pela recomendações de terceiros, as quais, podem até ser boas, mas não se aplicam ao seu perfil. Logo, se segui-las cegamente, a chance ficar insatisfeito é muito grande.
No livro, há a diferenciação entre dois perfis de investidor: o defensivo e o empreendedor.
Investidor Defensivo
- “Não coloque mais da metade de seus investimentos em ações.”
- Diversificação: mínimo de 10 e máximo de 30 ações.
- Escolha empresas grandes, conceituadas e conservadoramente financiadas.
- Escolha empresas com histórico longo de dividendos.
- Preço limite de 25 vezes ao lucro (P/L).
Investidor Empreendedor
- Este investidor está disposto a estudar mais atentamente a empresa, conhecer como ganha dinheiro. Logo, há particularidades a ser consideradas.
- Concentre-se em empresas grandes que estão passando por um período de impopularidade.
- Compre ações subvalorizadas, desde que não haja algum problema que comprometa seus fundamentos.
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A escolha de ações para o Investidor Defensivo
Se você é um investidor defensivo, Benjamim Graham recomenda que você observa os seguintes aspectos ao escolher uma ação:
- Tamanho adequado da empresa: valor superior a U$$ 2 bi.
- Condição financeira suficientemente forte: (i) empresas industriais – ativo circulante, pelo menos, o dobro do passivo circulante e o endividamento de longo prazo não deve exceder o patrimônio líquido circulante; (ii) empresas concessionárias de serviços públicos – a dívida não deve exceder duas vezes o capital social.
- Estabilidade de lucros.
- Histórico de dividendos.
- Crescimento de lucros.
- Razão preço/lucro moderada.
- Razão preço/ativo moderada.
A escolha de ações para o Investidor Empreendedor
- Condição financeira estável: atente-se a relação ativo e passivo (ativo circulante pelo menos 50% superior ao passivo)
- Estabilidade de Lucros: estabilidade nos últimos 5 anos.
- Histórico de dividendos: não precisa ser elevado, como deseja o investidor defensivo, mas deve ter algum valor distribuído.
- Crescimento dos lucros.
- Compra de ações subvalorizadas.
- Empresas pequenas podem ser interessantes, se analisadas com cuidado.
Atualização importante
Continuaremos a demonstrar os ensinamentos deste mestre dos investimentos, mas é preciso destacar algo muito relevante: este livro é antigo, e, embora suas lições permaneçam vigentes, é preciso fazer algumas atualizações.
Hoje em dia, os critérios apresentados por Benjamim já foram flexibilizados. O próprio Warren Buffet já fez negócio em que as regras de Benjamim não foram seguidas integralmente. De todo modo, as ideias centrais continuam válidas e aplicáveis a praticamente todos os negócios realizados na Bolsa de Valores.
Margem de Segurança
Este é um ponto central do livro que, se você estudou um pouco sobre investimentos, já deve ler ouvido/lido.
Para Benjamim, quando se compra uma ação, você SEMPRE deve se atentar ao preço. Por mais que a empresa seja excelente, tenha uma perspectiva promissora no futuro, não se deixe enganar, preço importa e muito.
Ah, mas eu acho que o crescimento é certo e não posso ficar de fora desta oportunidade. Como diria a sabedoria popular, só temos uma certeza na vida, não é sobre investimentos. Uma empresa está sujeita a várias fatores, macro e microeconômicos, portanto, não se empolgue, por mais que a empresa seja sólida.
Pensando nisso, surge a margem de segurança: Compre ações baratas, ou seja, subvalorizadas. Assim, se o futuro não for tão promissor quanto esperado, essa decepção já estará precificada.
Por outro lado, se você compra uma ação, por exemplo, com a relação P/L de 50, caso ocorra um imprevisto, uma crise, uma instabilidade no setor ou na própria empresa, o otimismo vai se esvair e essa relação P/L pode muito bem despencar.
Nas palavras de Benjamim:
“A ideia de margem de segurança se torna muito mais evidente quando aplicada ao terreno dos papeis subvalorizados ou subvalorizações. Aqui temos, por definição, uma diferença favorável entre o preço de um lado, e o valor indicado ou avaliado de outro. Essa diferença é a margem de segurança. Ela existe para amortecer o efeito de cálculos errôneos ou da falta de sorte”.
“A margem de segurança é a diferença entre a rentabilidade da ação ao preço que você para por ela e a taxa de juros das obrigações, e tal margem de segurança é a diferença que absorveria evoluções insatisfatórias”.
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O papel do Sr. Mercado
Se você é um investidor inciante, talvez pense: Ah, preciso juntar dinheiro, comprar as ações de empresas que gosta e o sucesso é garantido. Mas e o preço? Ah, não preciso me preocupar. As pessoas que determinam o preço são muito inteligentes e não cometem erro na precificação.
Para Benjamim, se você pensa assim, está redondamente errado. Ele chamou as pessoas e o sistema que precifica de Sr. Mercado.
O Sr. Mercado é impaciente, exageradamente otimista e pessimista. Se ele vê um negócio promissor, joga o preço lá para cima. E se surge um problema que, muitas vezes, não afeta em nada os fundamentos da empresa, joga o preço para baixo. Portanto. não acredite no Sr. Mercado.
Se você for um investidor inteligente, aproveitará os erros do Sr. Mercado e ganhará dinheiro. Sendo assim, se todo mundo indicar uma empresa, ou se todos correrem de uma empresa, calma, pode ser o Sr. Mercado falando e tentando te atrapalhar.
Aparentemente, pode parecer algo simples e até infantil essa personificação do Sr. Mercado, mas, se você se lembrar dela, se dará muito bem. E isso quem te fala não é só Benjamim, mas muitos outros investidores, inclusive Warren Buffet.
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Conclusão
Estamos falando da bíblia do investimento, portanto, não esperamos tratar todos os pontos desta obra neste artigo,. Mas, se você aprender o que falamos, acreditamos que as chances de sucesso já serão bem maiores. Além disso, embora Benjamim seja um mestre, seus ensinamentos foram atualizados, flexibilizados, portanto, tenha esses ensinamentos como norte, mas não como algo cego a ser seguido.
De todo modo, depois de tudo o que foi dito, já ficaria feliz se você lembrar destes pontos:
- Identifique seu perfil de investidor, com base em seu conhecimento e em suas expectativas e disposição de correr risco;
- Nada é tão bom que deve ser comprado a qualquer preço, portanto, não pague caro, pelo contrário, procure por subvalorizações,
- Seja inteligente, seja paciente, não se deixe influenciar pelo Sr. Mercado.
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4 comentários
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