O investimento na Bolsa de Valores permite o acesso a diferentes tipos de ativos que são recomendáveis a depender do seu perfil de investidor.

Se ainda não sabe qual o seu perfil, primeiro veja outro artigo nosso. Clique aqui.

Considerando a diversidade de ativos disponíveis, eles são agrupados em dois tipos: Renda Fixa e Renda Variável. O que diferencia ambos é a previsibilidade envolvida e o risco aplicável.

Na Renda Fixa, há um rentabilidade previsível. Ou seja, o investidor, em regra, tem maior segurança no seu investimento, na medida que aplica determinado recurso em um ativo e já sabe o quanto ganhará, ou ao menos sabe qual o índice que se aplicará para determinar o rendimento. Não se preocupe em entender tudo agora, explicaremos melhor no decorrer deste artigo.

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Renda Fixa como vetor de Rentabilidade Segura

Por sua vez, a Renda Variável não possui a referida previsibilidade. Ou seja, o investidor aporta determinado valor e não sabe quanto ganhará, ou melhor, não sabe se ganhará, pois este tipo de investimento, no geral, envolve maior risco.

Importante: utilizo as expressões “em regra” e “no geral”, pois não há um padrão que possa ser seguido cegamente. Há investimentos em Renda Fixa que são muito arriscados e há investimentos em Renda Varável que consideramos mais conservadores, justamente por isso, é importante que você não busque dicas, mas queira efetivamente aprender. E não se preocupe, estamos aqui para te ajudar.

Quando se fala em Renda Fixa, além das modalidades que abordaremos mais adiante, é importante analisar dois fatores que te auxiliarão a verificar se determinado investimento é mais arriscado e se atende suas necessidades, são eles: Cobertura do FGC e Liquidez.

FGC (Fundo Garantidor de Créditos)

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A Renda Fixa tem um diferencial muito interessante: alguns ativos possuem uma garantia proporcionada pelo FGC. Ou seja, ao investir em determinado ativo, se ocorrer um problema e a instituição que você emprestou o dinheiro quebrar, seu dinheiro estará salvo por este Fundo.

Portanto, se determinado investimento é protegido pelo FGC, há uma segurança muito maior.

Considerando isso, os ativos garantidos pelo FGC são recomendados para investidores mais conservadores ou para parcela mais conservadora de determinada carteira de investimento.

Mas, fique atento pois existem alguns requisitos e limites relativos ao FGC.

Primeiramente, verifique se o investimento que está interessado possui essa garantia e se a instituição em questão está associada a esse fundo. No site do FGC você encontrará todas essas informações.

Segue lista dos ativos que são garantidos:

  • depósitos à vista ou sacáveis mediante aviso prévio;
  • depósitos de poupança;
  • depósitos a prazo, com ou sem emissão de certificado; (CDB, RDB)
  • depósitos mantidos em contas não movimentáveis por cheques destinadas ao registro e controle do fluxo de recursos referentes a prestação de serviços de pagamento de salários, vencimentos, aposentadorias, pensões e similares;
  • letras de câmbio; LC
  • letras hipotecárias; LH
  • letras de crédito imobiliário; LCI
  • letras de crédito do agronegócio; LCA
  • operações compromissadas que têm como objeto títulos emitidos, após 8 de março de 2012, por empresa ligada.

Segundo, essa garantia possui uma limitação de valor: até R$ 250 mil para cada pessoa, física (CPF) ou jurídica (CNPJ), contra a mesma instituição associada, ou contra todas as instituições associadas do mesmo conglomerado financeiro.

Logo, evite uma exposição grande em um mesmo grupo financeiro. Por exemplo, se for investir em CDB e seu capital superar R$ 250 mil, diversifique em mais de uma instituição financeira.

Por fim, também há um limitação temporal, ou seja, o FGC teto de R$ 1 milhão, a cada período de 4 anos, para garantias pagas para cada CPF ou CNPJ.

Liquidez

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Liquidez é a capacidade de determinado investimento ser convertido em dinheiro na sua conta corrente. Ou seja, se você investiu e quiser resgatar esse investimento, monetizá-lo para que possa utilizar tais recursos, é a liquidez que determina o tempo para que isso ocorra.

Portanto, este é um ponto essencial que tem que ser verificado. Se você investe podendo ter que resgatar o dinheiro a qualquer momento, é imprescindível que o investimento tenha alta liquidez.

Por sua vez, se já sabe que não precisará no valor investimento no curto/médio prazo, a liquidez já pode ser flexibilizada.

Logo, a liquidez é um bom critério para que você, de início, já exclua determinadas opções de investimento. Por exemplo, se você precisa de liquidez diária, já nem deve considerar ativos cujo resgate está atrelado a data de vencimento.

Importante: todo investidor deve ter sua Reserva de Emergência, a qual é destinada para situações excepcionais, imprevisíveis. Logo, como não se sabe quando o imprevisto acontecerá, é recomendável que sua Reserva de Emergência esteja em um investimento de Renda Fixa conservador e de liquidez diária. Se quiser entender mais sobre Reserva de Emergência, veja nosso artigo e Clique Aqui.

Para analisar a liquidez de um investimento, seguem alguns pontos importantes:

  • Carência: período em que o resgate/saque não é permitido.
  • Vencimento: período pré-estabelecido que o investimento deve ficar aplicado para que haja o retorno prometido.
  • Prazo de Resgate: tempo entre a solicitação de resgate e o efetivo recebimento do recurso.

Compreendido estes dois pontos (FGC e Liquidez), vamos entender agora os principais tipos de ativos que estão disponíveis quando se pensa em Renda Fixa.

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Tipos de Investimentos da Renda Fixa

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Ao investir em Renda Fixa, você estará emprestando seu direito ao um terceiro, que pode ser, por exemplo, o Governo ou um Banco. Além disso, é possível escolher ativos que já estão atrelados a determinados setores econômicos, como os setores imobiliários e do agronegócio.

Assim, a depender do que estiver interessado, poderá optar um ou outro tipo. Seguem as principais opções:

  • CDB (Certificado de Depósito Bancário): são títulos emitidos por instituições financeiras para que captem recursos para suas operações. Ou seja, ao investir em um CDB, estará emprestando dinheiro para o Banco em questão. A rentabilidade oferecida, como em todo tipo de investimento, estará atrelada ao risco da instituição. Assim, Banco consolidados cujo risco é menor, tendem a oferecem uma rentabilidade menor. Por outra lado, CBDs de Bancos menores tendem a oferecem melhor rentabilidade. Este é um investimento garantido pelo FGC, portanto, está relação de risco não se mostra tão preocupante.
  • Tesouro Direto: são títulos emitidos pelo Governo, ou seja, investir em Tesouro Direito significa emprestar recursos para que o Governo possa arcar com seus compromissos, rolar sua dívida, contratar projetos de infraestrutura, saúde, dentre outros. Nessa categoria, destaca-se o Tesouro Selic: titulo de Renda Fixa muito recomendado para investidores iniciantes e para qualquer investidor que queria aplicar sua reserva de emergência, haja vista que o Tesouro Selic possui liquidez diária. Neste ativo, conforme o nome sugere, a rentabilidade está atrelado a a Selic, taxa de juros básica da economia brasileira e que tem relação com a inflação. Se quiser aprender mais sobre Tesouro Direto, Clique Aqui.
  • LCI (Letras de Crédito Imobiliário): são títulos emitidos por instituições financeiras para financiar o setor imobiliário, pois são lastreados em créditos imobiliários. Na prática, o investidor emprestará seu dinheiro ao setor imobiliário. Garantida pelo FGC.
  • LCA (Letras de Crédito do Agronegócio) são títulos emitidos por instituições financeiras para financeira o setor do agronegócio.
  • Letra de Câmbio: muito parecido com o CDB, mas a Letra de Câmbio é emitida por financeiras e não bancos. Garantida pelo FGC.
  • CRI/CRA – Os CRIs (Certificados de Recebíveis Imobiliários) e os CRAs (Certificado de Recebíveis do Agronegócio) são títulos de crédito privado emitidos por securitizadoras. Os recursos obtidos financiam uma empresa do setor imobiliário (CRI) ou do agronegócio (CRA). Algo importante: não há garantia do FGC, portanto, se escolher este tipo de investimento, atente-se ao risco.
  • Debêntures: são títulos emitidos por empresas para financiá-las. Assim, ao investir nesse título, “empresta-se” recursos para determinada empresa. Como não há cobertura do FGC, o risco está relacionado a empresa, portanto é importante que entenda a situação financeira da empresa em questão.

Após escolher o tipo de título que você investira, o próximo passo é identificar qual a forma de rentabilidade proposta, para tanto, existem algumas modalidades que veremos a seguir.

Ressalta-se que tanto a LCI quanto a LCA possuem isenção de Imposto de Renda. É uma forma de fomentar o investimento neste setores (imobiliário e Agronegócio).

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Fonte: Yubb

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Modalidades de Títulos

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Quando se escolhe um título, a rentabilidade pode estar completamente estabelecida, de modo que o investidor já sabe exatamente o percentual de rentabilidade aplicável e quanto receberá se esperar determinado tempo. E, por outro lado, a rentabilidade pode estar atrelada a um índice da economia, logo, apenar de integrar a Renda Fixa, o retorno financeiro do título em questão variará conforme o índice que estiver atrelado. Assim, existem três modalidades dos títulos de Renda Fixa:

  • Títulos Pré- fixados: há grande previsibilidade, pois a rentabilidade é fixa. Por exemplo: 7% ao ano. Logo, o investidor sabe que terá esse rendimento, independentemente do que posa ocorrer na economia.
  • Títulos Pós-fixados: a previsibilidade é flexibilizada pois a rentabilidade está atrelada a um índice da economia. Por exemplo: 110% do CDI. Assim, o retorno será de 110% em relação ao índice do CDI. Portanto, a rentabilidade será impactada por oscilações que ocorrem com este índice. Citamos o CDI (taxa de retorno entre instituições financeiras), mas poderia ser Selic (taxa básica de juros) ou IPCA (índice que mede a inflação conforme a variação de preço de um determinado número de produtos previamente estabelecido).
  • Títulos Híbridos: a rentabilidade é estabelecida por um índice pré estabelecido e, ao mesmo tento, está atrelada a um índice. Por exemplo: 4,0% + IPCA.

Para escolher qual modalidade de rendimento entende ser mais interessante, é importante compreender que, a depender as oscilações econômicas, a rentabilidade que foi interessante há 2 anos, já não seja mais agora. Assim, quando falamos de títulos com baixa liquidez e vencimento mais prolongado, é crucial uma reflexão prévia de qual modelo de rendimento escolherá.

Explicando melhor…Se você escolher um título com rendimento pré-fixado de 7% ao ano , ele pode ser muito interessante se a Selic estiver em 3% ao ano. Porém, se a Selic estiver em 12% ao ano, caso tivesse optado por um título pós-fixado atrelado a Selic, o seu retorno poderia ser quase o dobro do obtido ao se investir no título pré-fixado de 7% ao ano.

Portanto, em uma economia com oscilações muito relevantes, a exemplo da redução da Taxa Selic de 12% ao ano para 3%, pensando em cenários de médio/longo prazo, talvez seja recomendável optar por títulos cuja rentabilidade está relacionada a índices econômicos.

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Fonte: Yubb

Pois, com este tipo de rendimento, você tem certeza que, mesmo que haja uma variação grande a inflação e consequentemente da Selic, o seu investimento acompanhará esta oscilação e assim seu capital estará mais protegido.

Se pensássemos na situação oposta, ou seja, você escolhe um título pré-fixado de 7% ao ano e a Selic sofre uma redução de 12% para 3%, você teria feito um investimento muito bom. Porém, pensando em uma economia emergente e oscilante como a brasileira, cabe a você decidir se quer estar resguardado com uma rentabilidade pós-fixada ou se acredita em determinado cenário econômico e prefere escolher uma rentabilidade pré-fixada que lhe parece interessante.

Algo deve ficar claro: quando se fala em investimentos, na maioria das vezes, não há certo ou errado. Tudo depende do que risco que está disposto a correr e o quanto entende da situação.

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Tributação

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Ao analisar um investimento, você não pode esquecer da tributação incidente. Conforme mostraremos a seguir, a taxação varia de acordo com o tempo que demorará para realizar o resgate do investimento. Logo, antes de investir, é necessário que analise sua condição financeira e determine se o capital investido deverá estar disponível para uso no curto, médio ou longo prazo.

Assim, com exceção dos títulos isentos de cobrança (exemplo: LCI e LCA), há incidência de IR e IOF. Vejamos a seguir as alíquotas.

Alíquota IR (Imposta de Renda)

O IR possui uma alíquota que está diretamente relacionada ao prazo.

  • 22,5% – 0 a 180 dias de investimento
  • 20% – 180 a 360 dias de investimento
  • 17,5% – 360 a 720 dias de investimento
  • 15% – mais de 720 dias de investimento

Observe a tendência regressiva da alíquota, ou seja, quanto mais tempo demorar para solicitar resgate, menor será a alíquota incidente em seu rendimento.

Alíquota IOF (Imposto sobre Operações Financeiras)

Após 30 dias, não há incidência de IOF.

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Fonte: BTG Pactual Digital

Portanto, é recomendável que não realize o resgante antes de transcorrer 1 mês da data em que realizou o investimento.

Vantagens e Desvantagens

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Considerando tudo o que foi exposto, fica claro que a Renda Fixa é uma modalidade de investimento que sempre deve ser considerada. Para facilitar sua análise, seguem alguns pontos prós e contra à Renda Fixa.

Vantagens

  • Previsibilidade e Rentabilidade: Observadas as especificidades já abordadas, a Renda Fixa permite a você uma maior previsibilidade no seu rendimento. Assim, a depender do título e modalidade de rentabilidade escolhida, não há motivo para receio.
  • Segurança: Viemos de uma cultura em que as pessoas deixam seus recursos na poupança e se contentam com estes rendimentos. Mas esse tempo já passou. Além disso, se o seu dinheiro está na poupança, você está sujeito ao risco da instituição financeira em que possui conta. Logo, considerando a segurança que o FGC (Fundo Garantidor de Crédito) proporcionada para alguns títulos, a Renda Fixa representa uma excelente oportunidade, mesmo para os investidores mais conservadores.
  • Facilidade e Acessibilidade: Hoje em dia é extramente fácil aplicar seu dinheiro na Renda Fixa, basta estudar um pouco para entender o básico e em poucos cliques que está investindo. Além disso, existem diversas opções nas quais com pouco dinheiro você já pode comprar seu título.

Quando falamos de segurança, podemos destacar, de maneira sistemática, os seguintes pontos acerca da Renda Fixa:

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Fonte: Yubb

Desvantagens

  • Carência: alguns investimentos possuem um prazo mínimo para que se solicite o resgate, ou seja, durante este tempo seu dinheiro fica “travado”. Ressalta-se que existem várias opções de investimento em Renda Fixa, logo, se a carência for um problema para você, basta escolher outra opção. Logo, esta desvantagem é plenamente superável.
  • Taxas: ao investir, há a incidência da taxa de custódia (valor cobrado para “guardar” seu título” e os impostos que tratamos (IR e IOF). Quanto a taxa de custódia, este é um custo que vale à pena ante os rendimento que poderá obter. Por outro lado, em relação aos impostos, basta ter um planejamento pessoal para que evite realizar resgates precipitados que ocasionaram a incidência de alíquotas mais altas.

Considerando estas ponderações, ficam evidentes as vantagens da Renda Fixa e que as desvantagens, em sua maioria, podem ser evitadas/reduzidas se o investidor realizar um planejamento prévio.


4 comentários

Tesouro Direto: aprenda tudo sobre esse investimento! · agosto 9, 2020 às 5:29 pm

[…] Investimento em Renda Fixa: entenda e aproveite as oportunidades! […]

Fundos de Investimento em Renda Fixa, aprenda como investir! · agosto 2, 2020 às 4:03 pm

[…] Investimento em RENDA FIXA: entenda e aproveite as oportunidades! […]

Aprenda Viver de Renda Passiva Investindo na Bolsa de Valores · julho 26, 2020 às 1:15 pm

[…] Investimento em RENDA FIXA: entenda e aproveite as oportunidades! […]

Fundos de Investimento: guia completo para o investidor · julho 19, 2020 às 7:16 pm

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