Se você é um investidor conservador que quer rendimentos superiores a poupança, mas não se sente apto ou disposto a procurar quais as melhores formas de investimento que se adequem a seu objetivo, os Fundos de Investimento em Renda Fixa (FI RF) são uma boa alternativa para você. Leia esse artigo que entenderá o porquê.

Mesmo que não seja conservador, mas possui uma carteira de investimentos diversificada e está buscando um ativo para aplicar a parcela do seu capital que quer expor a um risco menor, os Fundos de Renda Fixa também são uma excelente alternativa para você.

Sendo assim, antes de entender sobre esse tipo de Fundo é preciso que compreenda três pontos:

  1. Qual seu perfil de investidor? Se ainda não sabe ou está na dúvida, veja nosso artigo e Clique Aqui.
  2. Sabe a importância da diversificação de uma carteira de investimento e como estruturá-la? Se não sabe ou quer entender melhor, veja nosso artigo, Clique Aqui.
  3. Entende o que são Fundos de Investimento, suas cotas, sua estrutura, custos, vantagens e desvantagens? Se não entender ou quer relembrar, lei nosso guia completo, Clique Aqui.
  4. Sabe a diferença entre Renda Fixa e Variável? Entende quais são os tipos de ativos que integram a Renda Fixa? Se a resposta for não, veja nosso artigo, Clique Aqui.

Caso já saiba destes pontos, vamos entender mais sobre FI Renda Fixa.

O que são Fundos de Investimentos em Renda Fixa (FI RF)?

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Primeiramente, os FI RF são iguais a outros fundos, ou seja, são uma espécie de “condomínio” que reúne recursos de vários investidores para que sejam aplicados em conjunto no mercado. Os ganhos obtidos são divididos entre os participantes, na proporção do valor depositado por eles. E, para participar deste “condomínio”, o investidor deve comprar as cotas do fundo.

O que diferencia os FI Renda Fixa de outros fundos, como o próprio nome indica, são os tipos de ativos em que o gestor pode investir. Neste tipo de fundo, pelo menos 80% da carteira de investimento deve ser composta por ativos da Renda Fixa.

Relembrando, a Renda Fixa é um mecanismo de empréstimo de recursos ao Governo (Tesouro Direto) ou às instituições financeiras para que elas se capitalizem e repassem os recursos obtidos para seus clientes.

A depender do ativo escolhido, do valor aplicado e de outras condições que tratamos no artigo sobre Renda Fixa, pode haver a garantia do FGC (Fundo Garantidor de Crédito).

Além disso, por se tratar de um “empréstimo”, a remuneração é proporcional ao capital investido/emprestado, sendo que a rentabilidade pode ser previamente estabelecida (pré-fixado) ou atrelada a um índice da economia que oscila confirme a situação econômica (pós-fixado).

Por se tratar de um empréstimo com rentabilidade previsível, o retorno obtido tende a ser inferior a operações da Renda Variável, porém, sem dúvida, oferecendo uma rentabilidade superior a poupança e podendo ter uma segurança similar ou até superior.

Como qualquer investimento, o risco da operação está atrelado ao risco de crédito. Ou seja, se você empresta utilizando-se de um ativo que tem garantia (FGC), o risco é baixíssimo, tornando-se uma aplicação conservadora.

Por outro lado, se empresa seu dinheiro não havendo garantia e para um banco pequeno com perfil agressivo, o seu risco cresce consideravelmente.

Portanto, dentro da Renda Fixa, há ativos diferentes com características e riscos diferentes, então, se o investidor for habilidoso, pode maximizar o resultador obtidos. E é nesta oportunidade que os Fundos de Investimento de Renda Fixa atuam.

O Gestor do FI RF são profissionais de mercado financeiro investimento que buscam aproveitar as oportunidades que a Renda Fixa proporciona, visando a proporcionar um rendimento superior aquele que seria obtido se o investidor simplesmente aplicasse em um Tesouro Direto ou CDB, por exemplo.

Composição do Fundo

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Conforme dito, a carteira do Fundo é composta por pelo menos 80% de Renda Fixa. Ou seja, o capital é alocado em alguns dos seguintes ativos:

  • Títulos públicos
  • CDB (Certificado de Depósito Bancário).
  • LCI (Letras de Crédito Imobiliário)
  • LCA (Letras de Crédito do Agronegócio)
  • LC (Letras de Câmbio)
  • Debêntures

Caso precise relembrar o que são cada um destes instrumentos de crédito, veja nosso artigo sobre Renda Fixa, Clique Aqui.

Em relação aos 20% em que o Fundo não é obrigado a investir em Renda Fixa, os gestores costumam aplicar em Derivativos. Eles são mais utilizados para alavancagem. Isto é, para aumentar a sua rentabilidade em períodos em que a renda fixa está em baixa.

Assim, o administrador mantém o rendimento da carteira sem a necessidade de alterar os produtos principais com muita frequência.

Derivativos são um tipo de ativo um pouco mais complexo que não pretendemos abordar neste artigo. De todo modo, de forma simplificada, os Derivativos são Instrumentos financeiros cujo preço de mercado deriva do preço de mercado de um bem ou de outro instrumento financeiro.

Ou seja, são aplicações em que o seu valor derivam de acordo com o comportamento de outro produto (o ativo-objeto). Eles possuem sempre um preço e prazo estabelecidos para uma data futura.

Por exemplo, é possível comprar ações do Itaú a termo a 30 dias. Ou seja, ele se compromete a comprar esta ação no período de 30 dias por um valor combinado assim como a outra parte é obrigada a vender as ações.

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Tipos de Fundo

quais os principais tipos de fundos de investimento - Fundos de Investimento em Renda Fixa, aprenda como investir!

Considerando as opções de ativos na Renda Fixa e o risco que cada ativo possui, os Fundo de Investimento em Renda Fixa se subdividem em em alguns tipos.

Simples

Indicado como FI RF mais simples e seguro, sendo uma excelente opção para o investidor que quer uma rentabilidade superior a poupança, mas mantendo o risco baixo e sem a necessidade de grande análise.

Esta característica do Fundo se deve ao fato que a carteira de investimento deve ser composta, no mínimo, 95% dos recursos em títulos públicos federais.

O fundo simples também pode aplicar em operações compromissadas (desde que envolvendo apenas títulos públicos federais) ou papéis de instituições financeiras com risco de crédito equivalente ao do governo. São proibidos investimentos no exterior ou concentração em crédito privado.

Assim, se você acha o Tesouro Direto algo interessante, mas não está interessando em entender os vários “tesouros” disponíveis (se pré fixado, pós – fixado, se Selic ou IPCA, se com juros semestral ou não, por exemplo), esta é uma excelente alternativa.

Curto Prazo

Os fundos de curto prazo podem comprar títulos privados (que sejam considerados de baixo risco de crédito pelo gestor), cotas de fundos de índice que apliquem nestes mesmos papéis (públicos ou privados) e operações compromissadas com títulos públicos federais.

Como o próprio nome indica, o prazo é algo determinante neste tipo de Fundo. Assim, o vencimento dos títulos incluídos no fundo, que deve ser, no máximo, de 375 dias. Na média, o prazo da carteira precisa ser inferior a 60 dias.

Longo Prazo

Ao contrário dos fundos de curto prazo, o vencimento médio da carteira fica acima de 365 dias. Com isso, o gestor tem mais flexibilidade, tanto para compor quanto para controlar a carteira.

Este tipo de fundo costuma apresentar rentabilidade superior ao de Curto de Prazo. Mas isto não é uma exclusividade dos Fundos de Investimento em Renda Fixa. O tempo é necessário para a maioria dos investimentos. Mesmo com tempo e dedicação, a paciência é algo necessário quando se fala na Bolsa de Valores.

Estes fundos podem ter títulos prefixados e pós-fixados, tanto públicos quanto privados.

Referenciado

Como próprio nome indica, este tipo de FI RF é referenciado, ou seja, seu objetivo é superar a rentabilidade que se obtém em determinado índice que foi escolhido como referencia.

Por exemplo, um Fundo Referenciado DI tem a taxa CDI (Certificado de Depósito Interbancário) como referencia. Logo, o objetivo é que o gestor forme uma carteira de investimento que superará o rendimento apresentado elo CDI durante o mesmo período.

Há regras para a composição da carteira dos fundos referenciados. Eles devem manter 95% do patrimônio investido em ativos que acompanhem o indicador e ter no mínimo 80% aplicados em títulos públicos federais, ativos de renda fixa considerados de baixo risco de crédito ou cotas de fundos de índice que invistam em ativos com essas características.

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Crédito Privado

Neste tipo de fundo, a carteira tem ao menos 50% de ativos em títulos privados, como CDBs e debêntures. Os demais espaços podem conter títulos públicos e derivativos.

Assim, há maior liberdade ao Fundo na escolha de seus ativos e a possibilidade de exposição a instituições cujo risco de crédito é maior, o que, por sua vez, pode proporcionar maior rentabilidade.

Ressalta-se que a escolha de um Fundo sempre exige a pesquisa prévia de quem é o gestor, de sus experiência e histórico de rendimentos. Quando se fala de Fundos com mais liberdade, essa análise prévia se mostra ainda mais necessária.

Dívida Externa

No Fundo de Investimento de Renda Fixa Dívida Externa, o perfil de Renda Fixa se mantém, porém pelo menos 80% do patrimônio deve estar investido em títulos da dívida externa do Brasil,.

Assim, é uma forma de diversificação geográfica, de modo que o investidor não se expõe apenas ao “risco brasil”. E também um meio de aproveitar oportunidade de investimento de renda fixa que exista no exterior.

Rentabilidade e economia

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A Renda Fixa está atrelada ao desempenho da economia. Por exemplo, vários ativos estão atrelados direta ou indiretamente a Selic, taxa básica de juros da economia brasileira.

No geral, esta taxa é utilizada como forma de controle da inflação. Assim, em cenários de inflação controlada, a Selic tende a diminuir e, por outro lado, em momentos de inflação alta, a Selic tendo a ser majorada.

Logo, considerando, por exemplo, o Tesouro Direto Selic, se a Selic estiver alta, a rentabilidade deste título aumentará.

Portanto, diferentemente de uma ação de empresa (Renda Variável) em que seu desempenho pode ser positivo ou negativo independentemente da economia, na Renda Fixa, a relação entre situação econômica e rentabilidade é muito mais próxima.

Outro exemplo: se a Selic estiver baixa e você adquirir um título com rentabilidade pré-fixada superior a Selic e vendimento após 5 anos, pode-se imaginar que é um investimento bom. Porém, se após 2 anos da compra deste título, ocorrer o aumento da inflação e a Selic for majorada superando a taxa pré-fixada do referido título, o investimento que inicialmente foi interessante pode acabar sendo desvantajoso a outro.

Por isso que, quando se fala em Renda Fixa e prazo de vencimento longo, alguns investidor acham muito mais recomendável adquirir títulos com rentabilidade pós fixada atrelada ao índice em questão (Selic, IPCA ou CDI, por exemplo), assim, há maior “proteção” das oscilações que podem ocorrer futuramente.

Preço da cota – Marcação a Mercado

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Quando se fala de Renda Fixa, há a noção de previsibilidade e menor volatilidade. Porém, o Fundo de Renda Fixa sofre uma oscilação em sua cotação devido a “marcação a mercado”, que consiste na atualização, em geral diariamente, do preço dos ativos que compõem a carteira de investimento do fundo e também o pelo das suas cotas.

Por conta da marcação a mercado, fundos de renda fixa que tenham títulos prefixados ou atrelados à inflação na carteira registram uma oscilação no valor das cotas quando há variações na Selic. Isso porque, quando o mercado tem a expectativa de que os juros subam, a remuneração desses títulos tende a aumentar – e o seu preço, na contramão, a cair. Já quando se espera uma queda de juros, a remuneração do papel tende a cair – e o seu preço, a subir.

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Custos dos FI RF

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Assim com os demais fundos negociados na Bolsa de Valores, o Fundo de Investimento em Renda Fixa possui os custos da sua gestão (Taxa de Administração e, eventualmente, Taxa de Performance) e a tributação (IOF e Imposto de Renda).

Taxa de administração

Embora o FI RF exija experiência e conhecimento do mercado financeiro, sua taxa de administração é inferior a Fundo de Ações, por exemplo, em que o gestor tem todo o trabalho de análise das empresas listadas na Bolsa.

Além disso, em um cenário de taxa básica de juros baixa, é importantíssimo ter atenção na taxa de administração que o Fundo cobra.

Agora (08/2020) que a Selic está no menor patamar da história, um fundo que cobre 2% ao ano de taxa de administração provavelmente terá um retorno líquido real (descontando impostos e inflação) muito próximo de zero.

Taxa de performance

Em relação a taxa de performance, a Comissão de Valores Mobiliários (CVM) estabelece que a cobrança de taxa de performance em fundos de renda fixa é vedada, a não ser que:

  • o fundo seja destinado a investidor qualificado;
  • o fundo seja denominado de “longo prazo” para fins fiscais;
  • ou o fundo seja classificado como “renda fixa – dívida externa”.

Tributação

Para efeitos de tributação, os fundos de renda fixa são divididos em dois tipos. Os de longo prazo são compostos por papéis com vencimento acima de 365 dias, em média. Já a carteira dos fundos de curto prazo é formada por papéis com vencimento abaixo de 365 dias, em média.

A cobrança de Imposto de Renda nos fundos de renda fixa é semestral. Isso é diferente de outros tipos de aplicações, em que a tributação ocorre apenas na hora do resgate.

Assim, no último dia útil dos meses de maio e novembro, os administradores calculam quanto os investidores devem de imposto, considerando a menor alíquota de cada categoria (curto ou longo prazo). A cobrança é feita recolhendo cotas do fundo – por isso, esse sistema é conhecido como “come-cotas”.

Vantagens x Desvantagens

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Considerando tudo o que falamos, dentre as vantagens de se investir em Fundos de Investimento de Renda Fixa, podemos destacar;

  • Diversificação: o Fundo investe em diversos ativos, portanto, ao comprar as cotas de um Fundo, indiretamente, você estrá investindo em nos vários ativo que compõe a carteira dele.
  • Praticidade: o investimento individual exige pesquisa, análise e compra individual de cada ativo. Se você for adquirir, por exemplo, 5 tipos de ativos de Renda Fixa, este trabalho deverá ser feito com cada ativo. Por outro lado, ao investir em Fundo, terá o trabalho apenas de escolher o Fundo, ficando cargo do gestor escolher os ativos que compõe a carteira de investimento.
  • Gestão profissional: o Fundo é gerido por profissionais do mercado financeiro, portanto, seu dinheiro será administrado por pessoas com mais expertise.

Por outro lado, podemos elencar como desvantagens de se investir em um Fundo de Investimento em Renda Fixa os seguintes aspectos:

  • Aporte mínimo: a depender do Fundo, o aporte mínimo pode ter um valor mais elevado. Porém, se o aporte mínimo não for uma dificuldade para seu orçamento, este aspecto não será uma barreira para você.
  • Come – cotas: como há tributação de Imposto de Renda em maio e novembro, você perde algumas cotas do seu investimento.
  • Taxas: se a taxa de administração for elevada, haverá uma desvantagem que torna o fundo não recomendável, conforme exemplificamos ao tratas dos Custos.
  • Garantia: o FI RF não é garantido pelo FGC.

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Como escolher um Fundo de investimento em Renda Fixa

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De maneira geral, ao escolher um Fundo, é importante que você verifique os seguintes pontos:

  • Perfil e risco: saiba qual o seu perfil de investidor e o seu objetivo ao investir em Renda Fixa. Assim, exclua da sua análise os Fundos que, por exemplo, apresentarem uma carteira de investimento cujo risco seja superior ao que deseja.
  • Benchmark: pesquisa os Fundos e os compare. Faça um trabalho de pesquisa mínima para entender se o Fundo que chamou sua atenção realmente vale a pena se comparado aos demais Fundos que o mercado oferece.
  • Taxas: evite Fundos com taxa de administração alta. Além disso, programe-se para que o resgate não seja feito tão rápido, para que assim as alíquotas dos impostos sejam menores.
  • Resgate e liquidez: é imprescindível que você verifique qual o prazo de resgate, ou seja, após pedir o resgate, são necessários quantos dias para que o dinheiro esteja efetivamente disponível.

Estas e outros informações estarão disponíveis na Lamina do fundo, que indica o resumo dos principais dados que deve saber ao investir em um Fundo.

Categorias: FUNDOS

1 comentário

john wick · dezembro 10, 2020 às 12:33 pm

Good job on this article! You are a very persuasive writer. I definitely enjoy this! Nice write up. Nicoli Murry Blood

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